Durante o mês de março, o Ministério Público de
Minas Gerais (MPMG) promoveu uma campanha institucional para fortalecer o
combate à violência contra a mulher, implementando o tema como matéria a ser
tratada nos currículos escolares. A ação foi coordenada de forma integrada
pelos Centros de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da
Educação (Caoeduc), de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher
(CAO-VD), de Defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes (CAO-DCA) e
pela Casa Lilian – Centro Estadual de Apoio às Vítimas.
A campanha teve como foco apoiar os promotores de
Justiça para que atuassem diretamente em seus territórios, cobrando a
realização de atividades pedagógicas nas escolas e a efetiva inclusão da
temática da prevenção à violência contra a mulher nos currículos da educação
básica, conforme determina a legislação.
Com adesão de 34 comarcas, 66 municípios mineiros
contaram com a atuação direta de promotores de Justiça, que, com o suporte dos
Centros de Apoio, requisitaram informações, recomendaram medidas às secretarias
de educação e escolas particulares e estão acompanhando a implementação das
atividades.
Na comarca de Além Paraíba, também integrada pelos
municípios de Santo Antônio do Aventureiro e Volta Grande, o promotor de
Justiça José Gustavo Guimarães da Silva explica que instaurou Procedimento
Administrativo de Acompanhamento de Políticas Públicas, no qual requisitou
informações aos municípios, recomendando a inclusão do tema do combate à
violência contra a mulher na grade curricular e a realização de eventos que
promovam o debate na comunidade escolar.
Para o promotor de Justiça, tendo em vista o
aumento significativo das estatísticas de violência contra a mulher e a
gravidade da questão, a discussão do tema é fundamental em todas as instâncias
da sociedade, inclusive entre estudantes dos ensinos fundamental e médio.
Educação como estratégia de
prevenção
Para a coordenadora do Caoeduc, promotora de
Justiça Giselle Ribeiro de Oliveira, a campanha institucional do MPMG reafirma
a compreensão de que a educação é uma das principais estratégias para o
enfrentamento da violência contra a mulher. Ao promover o debate sobre o tema
no ambiente escolar, busca-se transformar padrões culturais e promover uma
sociedade mais justa e igualitária.
“A escola é um espaço privilegiado de formação
cidadã. Incluir a prevenção à violência de gênero nos currículos é garantir que
nossas crianças e adolescentes cresçam reconhecendo o valor da igualdade, do
respeito e da dignidade humana”, afirma a promotora de Justiça.
A Lei nº 14.164/2021, que alterou a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, obriga as escolas públicas e privadas
a realizarem, no mês de março, a Semana Escolar de Combate à Violência contra a
Mulher e a tratarem o tema de forma contínua como conteúdo transversal dos
currículos. O Ministério Público atua para garantir o efetivo cumprimento dessa
norma legal.
Segundo a coordenadora do Caoeduc, a iniciativa
reafirma o compromisso do MPMG com a promoção dos direitos das mulheres, da
infância e da juventude, e com a educação como ferramenta de transformação
social. “A atuação dos promotores de Justiça em parceria com os Centros de Apoio
permite uma resposta institucional coordenada, estratégica e sensível à
realidade escolar e à urgência do combate à violência de gênero”, destaca
Giselle Ribeiro de Oliveira.