A Câmara Municipal de Muriaé aprovou o Projeto de Lei Nº 165/2025, de autoria do Vereador Cleissinho (MDB) que institui em Muriaé, a Política Municipal de Combate ao Assédio Sexual nos Meio de Transporte Coletivo.
O objetivo é prevenir
e combater a prática de assédio sexual nos transportes públicos municipais;
acolher e dar suporte às vítimas; promover a igualdade de gênero e o respeito à
dignidade da pessoa humana no transporte coletivo urbano; e conscientizar a
população sobre o problema e os meios de enfrentamento.
A Política
Municipal de Combate ao Assédio Sexual nos Meios de Transporte Coletivo
compreenderá, entre outras, as seguintes ações:
– criação e
implementação de protocolo municipal de atendimento às vítimas de assédio
sexual, com atuação integrada dos condutores, cobradores e fiscais de
transporte, incluindo medidas de acolhimento imediato, proteção da vítima e
acionamento dos órgãos de segurança;
– promoção de
parcerias com a Delegacia da Mulher, Ministério Público, serviços de
assistência social, rede de saúde e demais órgãos da rede de proteção, com o
objetivo de garantir suporte adequado às vítimas;
– realização
de campanhas educativas e informativas permanentes, com a afixação de cartazes,
panfletos e mensagens em locais visíveis dentro dos veículos de transporte,
pontos de ônibus, terminais e demais espaços públicos, abordando o combate ao
assédio sexual e os canais de denúncia;
– capacitação
obrigatória e periódica de motoristas, cobradores e demais profissionais do
sistema de transporte público, com foco em direitos humanos, igualdade de
gênero, atendimento humanizado e enfrentamento à violência;
– promoção anual da
“Semana Municipal de Combate ao Assédio no Transporte Público”, a ser realizada
preferencialmente no mês de maio, com ações educativas em escolas,
universidades, terminais e locais de grande circulação de pessoas;
– inclusão desta
política no Plano Municipal de Mobilidade Urbana, garantindo sua integração com
as demais ações voltadas à melhoria do transporte coletivo e à segurança dos
usuários;
– instituição de sistema
de coleta e divulgação de dados estatísticos sobre ocorrências de assédio
sexual nos transportes públicos, com o devido respeito à privacidade das
vítimas, visando a formulação de políticas públicas mais eficazes;
– e instalação de
QR Codes em locais visíveis dentro dos veículos de transporte coletivo e nos
terminais, com acesso direto a informações sobre os direitos dos usuários,
formas de identificar e denunciar o assédio, canais de atendimento, e conteúdos
educativos sobre o tema.
Segundo o autor,
“dados nacionais e relatos recorrentes demonstram que o transporte público é um
dos ambientes mais propícios à prática de assédio sexual, frequentemente
silenciada ou negligenciada por ausência de protocolos claros de atendimento,
acolhimento e responsabilização, tratando-se de um fenômeno estrutural que
precisa ser combatido com políticas públicas intersetoriais, educativas e
eficazes e esse projeto propõe que vão além da repressão, atuando na prevenção,
educação e capacitação de profissionais do sistema de transporte, bem como na
articulação com a rede de proteção social e no fomento à denúncia por parte das
vítimas”.